quinta-feira, 25 de junho de 2015

Formação do Setor Casos Especiais da Pastoral Familiar afasta medo e preconceitos

A Pastoral Familiar da Paróquia São Francisco de Assis promoveu na noite desta quarta-feira de São João (24/06/2015) no terceiro piso da Igreja Matriz uma Formação sobre o Setor Casos Especiais da PF, muito bem ministrada pelo casal Claydson Miranda/Francy Lindoso, com palestra, vídeo musical , dinâmica de grupo e espaço para debates. A reunião completou o ciclo de formações que possibilitará a divisão dos agentes da PF-PSFA nos três pilares no mês de julho que marca o primeiro aniversário da reativação da Pastoral em nossa paróquia, anteriormente foram trabalhados os conteúdos dos setores Pré-Matrimônio e Pós-Matrimônio.
O conteúdo da formação de ontem foi baseado no subsídio  “Pastoral Familiar – Setor Casos Especiais”, elaborado pela Comissão Nacional de Pastoral Familiar. É importante esclarecer que a população atendida pelo Setor Casos Especiais está diluída em todo o conjunto de famílias que é objeto de atendimento da Pastoral Familiar. Praticamente toda família, ao menos em um ou outro momento, vive alguma forma de dificuldade que oportuniza o atendimento de Casos Especiais.
Na Exortação Apostólica “Familiaris Consortio”, publicada em novembro de 1981, portanto há mais de três décadas, o Papa São João Paulo II enumerava quase três dezenas de situações que chamou de “casos difíceis”, que requerem um cuidado especial e que, na estrutura proposta para a Pastoral Familiar, representam desafios para o Setor Casos Especiais. Hoje, com as novas tecnologias e mudanças sociais e culturais acontecendo no mundo, muitas outras situações especiais se somam àquelas exemplificadas na FC.
Ainda existem, em paróquias do Brasil, distorções nas quais o Setor Casos Especiais é reduzido ao serviço de atendimento dos casais em segunda união, ou pouco mais que isto. A segunda união é serviço importante, mas é apenas uma entre as dezenas de situações que desafiam os atendimentos do setor. O livro vem esclarecer o conceito e orientar a estruturação deste setor para que possa se desenvolver de modo adequado e prestar ajuda às famílias que vivem diferentes situações difíceis.
Esta ajuda requer uma criteriosa formação para os agentes, uma equipe de trabalho razoável e um bom planejamento para o setor. Estes requisitos e outros são pormenorizados no subsídio destinado a servir a Pastoral neste importante setor. A publicação, além de abordar os principais grandes desafios para o setor, trata do perfil do agente a ser formado para os serviços; trata dos diferentes recursos para que as metas sejam atingidas; orienta o planejamento do setor e apresenta uma proposta inclusiva para os grupos de casais em situações irregulares. Esta proposta reúne, numa mesma iniciação e caminhada, todas as situações irregulares, incluídos aí os casais em segunda união. A proposta reúne num mesmo ambiente, diferentes grupos (de situações irregulares referidas na FC e grupos de situações conjugais regulares), e até viúvo(a)s, para que, pessoalmente e como casal, todos sejam desafiados pelos valores evangélicos a assumir estes valores em seus relacionamentos pessoais, conjugais e familiares.
Os cuidados pastorais destinam-se especialmente: - às famílias que se encontram em circunstâncias particulares de fragilidade (migrantes, só com pai ou mãe, ideologicamente divididas, discriminadas por motivos sociopolíticos, etc.), - aos matrimônios mistos (entre pessoas de diferentes credos), - às situações irregulares; - aos "sem família" e outros necessitados. Os casais em segunda união não podem receber o Sacramento da Eucaristia, mas podem viver em comunhão com a Igreja de diferentes formas, inclusive sendo agentes de pastoral.
Não é preciso ter medo ou preconceito ao lidar com o Setor Casos Especiais, não se trata de interferir em "briga de marido e mulher", ou entre pais e filhos problemáticos, mas em dar o correto encaminhamento em parceria com profissionais formados e outras pastorais, como a Social e a da Sobriedade. Os Casos Especiais tratam não apenas das situações de conflitos no ambiente familiar (quando o setor é chamado para isso por alguém da própria família envolvida na crise), mas também do acolhimento de casais de segunda união, famílias monoparentais ou em situação irregular, utilizando-se principalmente de visitas domiciliares e parcerias com profissionais preparados para ajudar (psicólogos, pedagogos, médicos, psiquiatras, assistentes sociais, etc.), para ações capazes de fortalecer o trabalho pastoral de conjunto. O Terço Domiciliar da Sagrada Família é uma das ações já implantadas na PF-PSFA que se encaixam nas atribuições do Setor Casos Especiais para lidar com situações de luto, doença ou fragilidade familiar.
No final da palestra de Claydson, Francy apresentou a dinâmica do barquinho de papel, que trabalha temas como dificuldades, sofrimento, fé e oração.
No espaço para debates, diversos participantes sugeriram possíveis ações, estratégias e opiniões sobre como iniciar o trabalho. Também circulou uma ficha para as pessoas indicarem sua ordem de preferência para atuar em cada um dos setores da Pastoral Familiar, com um resumo das principais atribuições de cada um, ficha que será devolvida preenchida nas próximas reuniões ao casal coordenador Serginho Carvalho/Márcia Miranda. Ainda foram dadas boas vindas ao casal visitante Marlon e Nadja Lobão, e à solteira Selma, do Bom Pastor. Por fim, a Pastoral conversou sobre a preparação para recebermos em nossa Paróquia no próximo dia 2 de julho (quinta-feira à noite) a Reunião Arquidiocesana com representantes da PF vindos de diversas paróquias da região metropolitana de São Luís.

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