HISTÓRIA

O Fundador: Biografia de Frei Antonio Maria Sinibaldi

“Um homem do seu tempo, um pastor exemplar, um missionário franciscano conventual”.

*Nasceu em 26 de novembro de 1937

+Faleceu heroicamente em 7 de setembro de 1987


Exemplo de nossa missão no Maranhão, Frei Antônio Maria Sinibaldi, levou uma vida de caridade fraterna até nos últimos momentos de sua vida. Foi um franciscano exemplar, um missionário muito zeloso e superior notável.

A sua vida ilumina uma página sugestiva e eloqüente da Missão dos Franciscanos Conventuais no Nordeste, especialmente em terras maranhenses, uma das regiões mais necessitadas do Brasil.

Um dos fundadores da missão conventual no Maranhão, nordeste do Brasil. Juntamente com mais quatro confrades, iniciaram uma vida de dedicação e amor às várias atividades missionárias da Igreja nessa região, espalhando a paz e todo o bem sobre os pobres e mais necessitados da misericórdia de Deus através do testemunho da Palavra e do ministério dos sacramentos, além do auxílio social às classes excluídas da sociedade.

O nosso missionário Frei Antonio Sinibaldi, nasceu em 26 de novembro de 1937, em Segni na Itália, filho de Rinaldo e Maria Iannuci.  De família católica tinha como irmãos: Luigi, Giuseppe, Silvana e Santina. Seus primeiros anos de vida se deram na casa paterna, sob olhar vigilante dos pais, que o educaram com carinho, ensinando-lhe o amor de Deus, manifestado na oração e na compaixão pelos mais necessitados.

Admirador de São Francisco decide, com apenas 13 anos de idade, ser um religioso. Ingressa, no dia 08 de setembro de 1955, na Ordem dos Frades Menores Conventuais, no seminário de Fossanova (localidade onde faleceu São Tomás de Aquino). Em seu noviciado teve como mestre de noviciado o servo Pe. Quirico Pignalberi (hoje, em fase de beatificação). Em 17 de março de 1962 é ordenado sacerdote da Santa Mãe Igreja, na cidade de Roma.

Durante sua permanência na Itália, exerceu com zelo muitas atividades pastorais. Dentre elas foi-lhe confiada a responsabilidade do Orfanato Nossa Senhora das Graças, na cidade de Zagarolo.

Em julho de 1967, no Capítulo da Província Romana, decide-se a abertura da Missão no Maranhão – Brasil. Frei Antonio, com toda serenidade e desprendimento, abraça a proposta de se tornar um missionário de Cristo em terras brasileiras.

Em 25 de outubro de 1968, Frei Antonio Sinibaldi parte da Itália, sua terra natal, rumo ao Brasil, juntamente com seus companheiros missionários. Eram eles: Frei Mario Paloni, Frei Luís D’Andrea e o irmão, Frei Eduardo Rori.

Frei Antonio chega ao Brasil com os demais confrades, e dá início, em 12 de novembro de 1968, à missão em terras maranhenses, mais propriamente na Diocese de Viana. No começo da missão fixou-se na cidade de Bom Jardim (interior do Maranhão). Mesmo encontrando situações precárias, conseguiu desempenhar diligentemente seu papel de pároco, um pastor exemplar, um construtor, homem de caridade.

Após dois anos a frente dos trabalhos pastorais no interior do Maranhão, é transferido no final de 1971, para a capital São Luís, onde se instala em uma humilde casa no Bairro do São Francisco. Ali, passaria o resto de seus dias como fundador e Pároco da Paróquia de São Francisco de Assis.

Eram épocas difíceis, para o povo maranhense, pois havia muita miséria e sofrimento. Frei Antonio abraçou com amor os mais necessitados de uma palavra, de sua atenção e amizade. Dedicou-se, sem medir esforços, no constante atendimento e trabalho pastoral na Paróquia do São Francisco, como também em outras comunidades próximas, como: Renascença, Ponta do Farol, Ponta da Areia, Calhau, Cohafuma e Vinhais.

Mesmo com tantos afazeres, não deixou de lado sua função de superior, estando a frente da Missão São Boaventura no Maranhão, atuando como ministro e servo de todos. Seu rosto resplandecia sereno em executar as tarefas do Reino. Foi um dos professores mais aplicados do Centro de teologia do Maranhão; lá, ensinou a disciplina de Liturgia. Com seu dedicado trabalho comprovado é convidado por Dom Paulo Pontes, Arcebispo de São Luís, naquela época, para coordenar o movimento das pastorais a nível de Arquidiocese. Esteve também presente junto à Comunidade do Colégio Santa Teresa; acolheu as mulheres excluídas da sociedade, as prostitutas do “Ninho”, levando a elas a evangelização com suas sábias palavras de consolo e esperança. E muitos eram aqueles que, naquele rosto singelo e de poucas palavras, encontraram o aconchego de Deus. Quem o conheceu nos relata, “sem exageros, sua obra surgia no silêncio daquele que acolhe cada um que chega, aquele que nunca soube dizer não ao sofrimento alheio, por isso, com seu testemunho e singelo sorriso nos lábios, plantou numa sociedade marginalizada a semente do amor de Deus!”

Contribui para expansão da Pastoral da família em São Luís e dedicou-se também a estar na formação dos serviços eclesiais junto ao Encontro de casais com Cristo (ECC) assim como no (EJC). Sua preocupação era tão grande no desempenho, crescimento e união dos casais e dos jovens de sua Paróquia, que por várias vezes a manifestou em gestos e até com esta expressão: “Eu daria minha vida!”.

Seguidor do Pai São Francisco, corria em suas veias um sangue fraterno e protetor dos menores, e é ali, nos menores de rua do Bairro São Francisco, que o Frei Antonio encontra seus filhos espirituais sedentos, não só de alimento, mas de seus braços acolhedores e de sua caridade e fraterna.

Queria que suas comunidades fossem assistidas com amor e que se dedicassem sem cessar a darem frutos de solidariedade, fraternidade e comunhão. Mesmo sabendo de suas fraquezas nutria em si e passava aos outros o entusiasmo de viver para o Reino.

No ano de 1987, na manhã do dia 07 setembro, o barco que conduzia Frei Antonio e 17 jovens da Paróquia para a Ilha do medo, baía de São Marcos, próximo ao Porto do Itaquí em São Luis-Maranhão, naufragou de repente. Graças à coragem de Frei Antonio, que os retirou, um a um das águas, os 17 jovens foram salvos. No seu extremo esforço para resgatá-los, o jovem frade franciscano, que usou de caridade em vida, é vencido pelo cansaço. Seu coração, já fadigado não resiste e ele vem a falecer. Frei Antonio, todo de Deus, entrega-se em um ato heróico e cristão, não poupando suas últimas forças; doando sua vida para salvar outras.

O que havia predito um dia antes, no retiro pregado, por ele, para a juventude, agora se cumpre: “Darei a vida, se me for pedida, por todos vocês!”

Assim, Frei Antonio parte feliz depois de uma vida cheia de testemunho e caridade. Parte para a Nova Jerusalém como verdadeiro frade menor. Segue para os braços do Pai, em comunhão com Cristo a quem foi servo neste mundo.

Após a permissão de seus parentes da Itália, os paroquianos quiseram como forma de gratidão por todo bem realizado, depositar seu corpo em uma singela tumba do lado do presbitério da Igreja em que trabalhou por muitos anos. Seu corpo permanece em um jardim idealizado por ele mesmo no interior da referida Igreja. Foi pároco em Bom Jardim-MA durante dois anos e por 16 anos administrou a paróquia de São Francisco em São Luis-MA.

Ainda hoje a vida de Frei Antonio é lembrada. Seus feitos, sua vida de autêntico franciscano nos recorda que não há maior prova de amor do que dar a vida pelos irmãos...

Seus paroquianos e muitos outros católicos que viram ou ouviram falar de seu gesto heróico têm sua vida como um testemunho de santidade.

Seu exemplo estará sempre na lembrança daqueles que o conheceram e, ainda hoje, várias pessoas passam pela Paróquia do São Francisco para rezarem suplicando a Deus diante de seu túmulo a Beatificação deste Servo de Deus e sua intercessão pra obterem as graças de que necessitam.

Texto: Frei Junior Batalha, OFM Conv.

Párocos após Frei Antonio: 

1988-1997: Frei Carmine Castiglione

1997-2013: Frei Wilton Alves Rocha

2013-...: Frei Raimundo Valdo Nogueira. 

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