O Vaticano divulgou na manhã de terça-feira, 23/6, o Instrumentum Laboris para o Sínodo dos Bispos sobre a Família. Após a Assembleia Extraordinária no ano passado foi publicada a Relatio Synodi, com os resultados das reflexões dos padres sinodais.
O novo texto foi atualizado a partir das contribuições das respostas aos questionários enviados pelas dioceses de todo o mundo, a pedido do Papa Francisco.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, também enviou contribuições ao texto final, com a colaboração das dioceses.
O Instrumento de Trabalho para o Sínodo Ordinário, que ocorrerá de 4 a 25 de outubro com o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, está dividido em três grandes partes sendo: “A escuta dos desafios sobre a família”, “O discernimento da vocação familiar” e “A missão da família hoje”.
Ao final do Instrumento de trabalho, tem destaque o Jubileu da Misericórdia que iniciará no dia 8 de dezembro, motivado também pelas reflexões da Assembleia Sinodal.
O texto está disponível na versão em italiano, no site do Vaticano.
Uma das discussões aguardadas no Sínodo, desde a primeira etapa realizada em outubro do ano passado, é a situação dos casais divorciados. O documento apresentado hoje reafirma a indissolubilidade do matrimônio e não deixa de atentar sobre a necessidade de acompanhamento para os casais que chegaram à separação.
“Deve ser acolhido e valorizado, sobretudo, o sofrimento daqueles que sofreram injustamente a separação, o divórcio ou abandono, ou que têm sofrido maus tratos do cônjuge de forma a romper a convivência”, relata o texto.
O documento trata também dos casos de nulidade e de segunda união. Reitera-se, com relação aos divorciados que se casaram novamente no âmbito civil, a necessidade de atenção, acompanhamento e reintegração na comunidade cristã, o que deve ser feito com discernimento.
Outra preocupação é com relação à abertura dos casais à vida, ou seja, sua abertura para ter filhos. “Não é difícil constatar a difusão de uma mentalidade que reduz a geração da vida a uma variável da projeção individual ou do casal”, refere o texto. O documento fala de fatores de ordem econômica, os quais, às vezes, são determinantes para a queda da taxa de natalidade.
“A abertura à vida é exigência intrínseca do amor conjugal (…) Foi salientado que é preciso continuar a divulgar os documentos do Magistério da Igreja que promovem a cultura da vida diante de uma cultura da morte cada vez mais difundida”.
Outros pontos - Não falta no documento uma reflexão sobre os desafios que as famílias enfrentam nos dias de hoje. Elenca-se, por exemplo, a questão da pobreza, da exclusão social, da terceira idade, da viuvez, do luto na família e das migrações.
Quando aborda a vocação da família, o texto ressalta pontos importantes como a dimensão missionária da família, a indissolubilidade do matrimônio e a relação entre a família e a vida da Igreja.
Na terceira e última parte do documento, o foco é para a missão da família hoje, incluindo a preparação ao matrimônio, o empenho sócio-político em favor da família e a necessidade de um acompanhamento eclesial à família.
Na apresentação do Documento de Trabalho, realizada em coletiva de imprensa no Vaticano, atenderam a imprensa o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri; o relator-geral da 14ª Assembleia Geral Ordinária, Cardeal Péter Erdő; e o secretário especial Dom Bruno Forte.
(CNBB/Canção Nova)
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