FORMAÇÃO
SETOR PÓS-MATRIMÔNIO
Ministrada
à Pastoral Familiar no dia 18/03/2015
O Setor Pós-Matrimonial
trabalha a preparação para a vida de casado e familiar a partir do
casamento. Compartilha com o Setor Pré-Matrimônio a
corresponsabilidade do planejamento familiar e a preparação para o
casamento. Em geral, é também o primeiro setor a ter contato com os
casos especiais que serão trabalhados pelo setor específico da
Pastoral Familiar.
Serviços oferecidos
- Organização e acompanhamento de grupos de famílias, de casais ou grupos mais específicos, além da articulação com grupos já existentes na comunidade;
- Visitas às famílias da paróquia, principalmente aquelas que estão afastadas da vida comunitária ou que passam por sérias dificuldades;
- Cuidado pastoral com os recém-casados, dando continuidade ao trabalho do Setor Pré-Matrimonial;
- Planejamento familiar, em sentido amplo, incentivando desde cedo os adolescentes a pensar na família que vão construir, e abordar os métodos de planejamento (natural);
- Preparação dos pais e padrinhos para o batismo, enfatizando o inestimável valor do exemplo e do testemunho de vida para a criança;
- Ajuda/orientação na educação dos filhos;
- Trabalho com as pessoas idosas;
- Inclusão de viúvos (as), pessoas solitárias, casais divorciados e casais em segunda união;
- Retiros, encontros, palestras, aconselhamento, serviços que a Igreja está acostumada a realizar.
O
ministério pós-matrimônio deve estar em estreita cooperação com
os setores da PF e com as outras pastorais da Igreja, principalmente
as mais ligadas à família, como Catequese, Batismo, Sobriedade,
Juventude e Social.
População
a ser atendida:
- Casais casados, recém-casados, em situações regulares ou irregulares;
- Famílias completas;
- Famílias monoparentais – mãe com filhos, pai com filhos;
- Filhos sem pai e sem mãe;
- Viúvos, idosos e pessoas sem lar e sem família.
Oportunidades de
trabalho para o Setor
- Campanhas de defesa da vida, contra o aborto e a eutanásia;
- Articulação com outras pastorais e serviços ligados à família, especialmente o Encontro de Casais com Cristo;
- Formação de agentes da Pastoral Familiar;
- O Setor não pode realizar uma ajuda permanente a todas as famílias da paróquia. Ele pode animar, organizar, ou ajudar a organizar grupos de famílias que caminham como igreja e que se ajudam.
- Família e Catequese: A Igreja reconhece e ensina que os primeiros e principais catequistas são os pais. Sem a adequada participação deles a Pastoral Catequética sofre sérios prejuízos e dificuldades. A Pastoral Familiar tem, como uma de suas principais tarefas, a evangelização da família, a começar pelos pais.
- Família e Pastoral da Juventude: É frustrante para o jovem que se encontrou com Deus não contagiar os pais com a beleza do Evangelho. Os jovens são geralmente bons na animação, na mobilização, na divulgação e recrutamento de participantes para ambas as pastorais.
- Família e Sobriedade: A PF, que tem a finalidade de evangelizar a família e cuidar de seus relacionamentos, nem sempre está preparada para ajudar o dependente químico. Nisto ela pode ser ajudada e se beneficiar com a cooperação da PSob.
- Planejamento familiar: é uma grande necessidade, tanto na preparação para o matrimônio, como para os casais já casados.
- Família e Liturgia: a família, que no projeto de Deus, é o berço da vida e de toda vocação, precisa estar em estreita proximidade com a liturgia. Valorizar as celebrações ligadas à família e especialmente à celebração do matrimônio, aniversários de casamento, bodas de prata, de ouro e outras.
- Atenção aos idosos: resgate do valor das pessoas idosas, escuta e contação de histórias, recreação, atendimento à saúde, valorizar sua presença nas reuniões.
- Família e formação para o Batismo: No sacramento batismal, a família pede à Igreja a inclusão da criança no Corpo de Cristo, e a Igreja pede aos pais e padrinhos o compromisso com a evangelização e catequese dos novos membros da Igreja. Preparação de pais e padrinhos deve ser assumida pelo Setor Pós juntamente com a PB.
Eventos
específicos
- Encontros de casais são um dos tipos de eventos mais comuns em nossa Igreja no Brasil nas últimas décadas. Eles prestam grande ajuda aos casais, e consequentemente às famílias. ECCs têm mais espaço de desenvolvimento quando articulados com a PF. Os encontros podem ser preparados pela pastoral para resgatar e incluir os casais em situações irregulares, podendo ser realizados de modo mais explícito para casais em segunda união, ou em conjunto para casais em primeira e segunda união.
- Encontros de famílias completas ou incompletas: São de grande importância educativa e aglutinadora o planejamento e organização de encontros para a família toda. EFCs vão requerer um planejamento mais cuidadoso, uma maior cooperação entre as pastorais e movimentos, maior adaptação de metodologias, combinação de evangelização e recreação.
- Grupos de caminhada de famílias (núcleos das comunidades);
- Aproveitamento de tempos fortes e datas comemorativas;
- Família e Escola: precisam estar intimamente ligadas em decorrência da grande tarefa comum que ambas têm na formação do educando. O Setor Pós tem, então, a oportunidade de ajudar a família a compreender a importância de sua participação, junto à escola, na formação de seus filhos, além de ajudar a encontrar as diretrizes desta cooperação (ensino religioso plural).
- Educação sexual: é um tema difícil para os educadores de nosso tempo. Grande parte destes educadores viveu enormes mudanças. É preciso aprofundar a reflexão sobre a beleza, a grandeza, a importância e o significado humano da sexualidade, como dimensão integrante da maravilhosa obra do Criador, que é a pessoa inteira. Muitos pais não estão preparados para tratar adequadamente deste aspecto da educação. Todavia o tema não deve ser delegado a terceiros, nem omitido.
- Família e Meios de Comunicação Social. Interação com Pascom e rádios.
- Acompanhamento de Internet: críticas aos jogos e redes sociais, prevenção da pornografia e pedofilia, conscientização em lan houses.
- Valores do Trabalho: conscientizar sobre direitos, combater a escravização e exploração, enfrentar os problemas de fugas dos pais para o trabalho, articulação com Pastoral Social para ajudar os desempregados, diálogo e gerenciamento da Economia Familiar (oficinas).
- Família e Lazer: O lazer não é, como parece para alguns, luxo ou coisa supérflua, ele está ligado a todos os relacionamentos humanos. Ele é relevante na educação de crianças, jovens e adultos. Ele ajuda nos relacionamentos de casal, de pais e filhos, na inclusão de pessoas, no cuidado com a saúde e até na produção e no desempenho geral da pessoa, em todas as suas atividades. Orientação de lazer para toda a família: Pastoral Fitness, cinema, parquinhos, teatro, superar o lazer individual.
- Cultura: (festas juninas)
- Combate ao consumismo (oficina agregada à de Economia Familiar).
- Combate à banalização da vida e da violência;
- Defesa do meio ambiente (oficina de práticas sustentáveis);
- Atenção à música;
- Incentivo ao voluntariado;
- Consciência política e articulação com movimentos sociais (conselhos tutelares).
- Defesa da Cidadania;
- Montagem de bibliotecas e audiovisual.
Frase de João
Paulo II para encerrar: “Seguindo a Cristo que veio ao mundo para
servir (Mt 20,28), a Igreja considera o serviço às famílias uma
das suas obrigações essenciais. Uma fé que não se torne cultura é
uma fé não plenamente recebida, não inteiramente pensada nem
fielmente vivida”.
ESTUDO SOBRE O DIRETÓRIO DE COMUNICAÇÃO DA IGREJA NO BRASIL
PASTORAL
DA COMUNICAÇÃO – PARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS
MÓDULO
1 – CNBB – 27/01/2015
APRESENTAÇÃO
Comunicação
é relação; relação é comunicação. "A comunicação na
Igreja e da Igreja remete ao Deus uno e trino.
O
Verbo encarnado, em sua comunicação, manifesta a grandeza, a
profundidade e a beleza do amor de Deus à humanidade".
A
comunicação, por ser relação, é sempre dialógica. É um
escutar, falar; um ir e vir, um deixar ir e deixar vir. "Um
diálogo é muito mais do que a comunicação de uma verdade.
Realiza-se pelo prazer de falar e pelo bem concreto que se comunica
através das palavras entre aqueles que se amam. É um bem que não
consiste em coisas, mas nas próprias pessoas que mutuamente se dão
no diálogo" (Papa Francisco, Evangelii
gaudium,
n.
142). A comunicação é uma doação, uma entrega, um dom.
Evangelizar
é
comunicar a boa nova, a realização do Reino de Deus em Jesus
Cristo.
Santo
Agostinho: "Se quero, porém, falar contigo, procuro o modo de
fazer chegar ao teu coração o que já está no meu. Procurando
então como fazer chegar a ti e penetrar em teu coração o que já
está no meu coração, recorro à voz e por ela falo contigo.” É
necessário que ele cresça e eu diminua (Jo
3,30). O "fazer chegar ao coração do outro o que está no meu"
pode ser expresso de múltiplas formas, meios. A cultura digital
oferece tecnologias digitais que comunicam e buscam relações. Elas
devem estar a serviço das pessoas, da construção de uma sociedade
mais justa e fraterna, mas também a serviço do anúncio do
Evangelho. Do Evangelho como novo modo de vida inaugurado pela morte
e ressurreição de Jesus Cristo.
"Tudo
é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora com vida e voz que não
são humanas, mas que podemos aprender a escutar, porque muitas vezes
essa linguagem secreta ajuda a esclarecer o nosso próprio mistério"
(Cecília Meireles). As
nossas igrejas particulares, as nossas comunidades, grupos, pessoas
da comunicação têm à disposição um instrumento importante para
exercerem a missão de anunciar a alegria e a vida nova do Evangelho.
Possa o Diretório
estar
também a serviço de todos os homens e mulheres de boa vontade.
(Leonardo Ulrich Steiner, Bispo
Auxiliar de Brasília, Secretário-geral da CNBB).
INTRODUÇÃO
1.
A
Igreja existe para evangelizar. Em meio às "alegrias e
esperanças, tristezas e angústias do ser humano de cada tempo,
notadamente dos que sofrem",ela anuncia, por palavras e ações,
Jesus
Cristo, "Caminho, Verdade e Vida".
Por
isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a
favor de uma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria
de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé".
2. A
Igreja no Brasil vem realizando um esforço de reflexão sobre a
ação
evangelizadora
como prática de comunicação. Testemunho disso são a vivência e
o exercício da comunicação presentes na
vida das comunidades, nas ações pastorais dos organismos
especializados e nos documentos produzidos ao longo das últimas
décadas.
3. O
Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil tem como objetivo
motivá-la a atualizar e aprofundar os conhecimentos e referências,
tanto de seus pastores quanto de seus fiéis sobre a natureza e a
importância da comunicação para a vida da comunidade eclesial,
nos processos de evangelização
e
no diálogo com a sociedade, tendo presentes as mudanças pelas
quais o mundo vem passando, entre as quais se encontra o avanço
acelerado das tecnologias.
4.
O documento, composto de dez capítulos, propõe e motiva a Igreja a
ampliar suas relações com a comunidade humana, na perspectiva de
uma "cultura do encontro", como foi proposto pelo Papa. Um
caminho já apontado, há cinco décadas, pelo Concílio
Ecumênico
Vaticano II, através do Decreto Inter
mirífica.
5.
O
texto reúne e disponibiliza referenciais comunicacionais,
sociológicos,
éticos, políticos, teológicos e pastorais, destinados à reflexão
das lideranças da comunidade eclesial e civil, na promoção de uma
gestão da comunicação compatível com as necessidades das
comunidades e de sua missão evangelizadora.
Os
conteúdos dos diferentes capítulos servem como base para a formação
de sacerdotes, religiosos e leigos, oferecendo elementos para a
produção de subsídios multimidiáticos que, através de uma
linguagem simples e apropriada, fortaleçam a Pastoral da Comunicação
em todos os seus níveis e projetos.
6.
O
Diretório chega no momento em que a Igreja é interpelada pelas
mudanças trazidas à sociedade contemporânea pela revolução
digital, tema tratado com vigor pelo Papa Bento XVI, em suas últimas
mensagens destinadas a celebrar, anualmente, o Dia Mundial das
Comunicações. Tanto os tradicionais meios de comunicação social
quanto as novidades trazidas pelo emergente mundo da internet devem
colocar seu protagonismo
a
serviço da promoção de uma cultura de respeito, diálogo e
amizade.
7.
A educação das novas gerações para uma adequada convivência com
o mundo da comunicação e de suas tecnologias é essencial para o
entendimento das novas condições civilizatórias,
propiciando
a formação de cidadãos para atuar criativamente no contexto da
cultura midiática. A Pastoral da Comunicação precisa ser
priorizada nos planos de ação da Igreja, em todas as suas
instâncias, necessitando de planejamento, formação, recursos
tecnológicos e pessoal especializado.
8. Igualmente,
lança um olhar sobre a Igreja, uma instituição complexa em sua
estrutura e em suas múltiplas ações, animada por um mesmo e
grande ideal, que é a mística missionária da "Igreja em
saída'".O Diretório aspira a que todas as pessoas, setores ou
organismos vinculados à Igreja não se sintam alheios ao grande
plano de comunicação, que se espera ver realizado e plenamente
estabelecido em todas as instâncias da vida eclesial.
9.
Merecem atenção especial os processos comunicativos
que
envolvam as crianças e jovens, como membros ativos da sociedade e da
Igreja. A comunicação que emerge das comunidades em que as leigas e
os leigos são os protagonistas necessita ganhar reconhecimento por
parte dos pastores, para que não se ocultem ou se apaguem as luzes
que devem ser colocadas nos lugares mais altos para iluminar todo o
ambiente eclesial.
10.
O Diretório entende a Pastoral da Comunicação como um processo
dinâmico, dialógico, interativo e multidirecional. a partir dessa
reflexão, deve definir as modalidades das ações requeridas pelo
tipo de intervenção comunicativa
necessária
para solucionar as questões levantadas pelos respectivos
planejamentos.
CAPÍTULO
I - Comunicação
e Igreja no mundo em mudanças
11.
Compreender
profundamente as pessoas e a sociedade na qual se vive e se atua é
condição essencial para o êxito de toda ação evangelizadora.
Nesse
novo tempo, a comunicação, dos meios analógicos aos digitais,
faz-se presente em "todos os espaços e todas as conversas,
introduzindo-se também na intimidade do lar", gerando a
sociedade midiática.
12.
Comunicação não se trata de mera transmissão de mensagens, mas de
ressignificação constante do mundo. As ações comunicativas
permeiam
todo o tecido social em suas interações na família, no trabalho,
no lazer, na comunidade, na escola, na Igreja, permitindo ao ser
humano sua afirmação como pessoa ativa em uma sociedade em
mudanças.
13.
A palavra comunicação provém do latim com-munus,
aquilo
que é compartilhado, ou seja, um dom pessoal ofertado a outro ou um
dever de todos para com todos. A comunicação tem como objetivo
primordial criar comunhão, estabelecer vínculos de relações,
promover o bem comum, o serviço e o diálogo na comunidade. Sem essa
ação, não há nem comunhão nem comunidade.
14.
Do ponto de vista cristão, a comunicação é autêntica quando é
encarnada na realidade humana e constrói proximidade com o outro.
Assim,
"as maiores possibilidades de comunicação traduzir-se-ão em
novas oportunidades de encontro e solidariedade entre todos". Do
encontro, nasce
o anúncio.
15.
O exercício prático da comunicação - que se espera sempre livre e
criativo - está, contudo, condicionado a muitas circunstâncias
limitadoras, como o analfabetismo e o domínio de grupos sobre
outros.
16.
Deve-se
entender a sociedade atual a partir dos processos de comunicação
centrados na pessoa e nas relações entre ela, a sociedade e o
mundo. "A nossa época é um tempo de comunicação global, em
que muitos momentos da existência humana se desenrolam através de
processos midiáticos" (João Paulo II).
17.
Esse fenômeno "impulsiona a Igreja a fazer uma espécie de
revisão pastoral e cultural, a fim de ser capaz de enfrentar de
maneira apropriada a passagem de época que estamos vivendo” (João
Paulo II).
18.
O
decreto conciliar Inter
mirífica afirma
que "entre os maravilhosos inventos da técnica que,
principalmente nos nossos dias, o engenho humano extraiu, com a ajuda
de Deus, das coisas criadas, a Santa Igreja acolhe e fomenta aqueles
que dizem respeito, principalmente, ao espírito humano e abrem novos
caminhos para comunicar facilmente notícias, ideias
e
ordens". O comunicador cristão não deve abdicar da atual
cultura midiática, pois é nela que pode se instaurar a comunicação
plena consigo mesmo, com
o
outro, com a comunidade e com Deus.
19.
Para anunciar o Reino proposto por Jesus, "não basta utilizar a
mídia para difundir a mensagem cristã e o Magistério da Igreja,
mas é preciso integrar a própria mensagem nessa nova cultura criada
a partir da comunicação moderna” (João Paulo II).
20.
Para entender a relação entre comunicação e vida eclesial, é
preciso lembrar o direito fundamental dos cristãos ao diálogo e à
informação no seio da Igreja. A imagem pública da Igreja deve ser
fruto de uma prática comunitária e comunicativa,
que
saiba respeitar "os mais altos modelos de veracidade,
afabilidade,
sensibilidade
aos direitos humanos e outros princípios e normas relevantes”.
- Pode-se entender que o comunicador católico de hoje é, em primeiro lugar, chamado a viver em uma profunda harmonia e sintonia com a espiritualidade. Esta se traduz na coerência entre o anúncio da verdade e da Palavra e a vida pessoal. O comunicador católico adota um estilo pessoal e institucional no exercício do seu ministério.
- A centralidade da pessoa faz com que todos na comunicação eclesial - ministros ordenados, religiosos e leigos - exerçam o direito originário de expressar livremente as próprias ideias, com atitudes construtivas, com franqueza, mas também com a precaução de evitar comportamentos e intervenções públicas que prejudiquem a verdade, a comunhão e a unidade do corpo eclesial.
23.
As mídias tornaram-se recursos disponíveis para o crescimento
pessoal e social. Constituem-se, de fato, no passaporte de "ingresso
de todo homem e de toda mulher à praça moderna do mercado onde se
expressam publicamente os pensamentos, onde se trocam ideias,
as
notícias se fazem circular, e são transmitidas e recebidas as
informações de todo tipo” (João Paulo II).
24.
"Em uma visão orgânica e correta do desenvolvimento do ser
humano, a mídia pode e deve promover a justiça e a solidariedade,
comunicando cuidadosa e verdadeiramente os acontecimentos, analisando
de maneira completa as situações e os problemas, dando voz às
diversas opiniões” (João Paulo II). O Papa Bento XVI reconheceu
que é inegável a contribuição que as mídias podem dar para "o
avanço da democracia e do diálogo entre os povos. Sem a sua
contribuição, seria verdadeiramente difícil favorecer e melhorar a
compreensão entre as nações. [...] As mídias, no seu conjunto,
não servem apenas para a difusão das ideias, mas podem e devem ser
também instrumentos a serviço de um mundo mais justo e solidário”.
25.
Quando
os processos de comunicação social se submetem ao sistema econômico
e comercial, privilegiam-se o espetáculo e o entretenimento, e a
comunicação midiática se reduz à lógica do mercado, com o risco
de condicionarem a visão e a interpretação da realidade, propondo
modelos distorcidos da existência humana, da família e da
sociedade.
26.
Outro
aspecto que se evidencia é a procura obsessiva por ouvintes,
telespectadores e leitores, a partir dos critérios mercantis de
índices de audiência. Isso resulta, na maioria das vezes, em perda
de qualidade da programação.
27.
Quanto mais a comunicação social depende do sistema econômico,
tanto mais é necessário introduzir rigorosos critérios éticos. Os
direitos e deveres
da
comunicação social devem desenvolver-se dentro da lógica da
responsabilidade.
28.
Para muitos, a realidade corresponde ao que é construído pelas
mídias. O que as mídias não reconhecem explicitamente torna-se
também insignificante. Assim, indivíduos ou grupos podem ser
submetidos a um "silêncio social" ao serem ignorados pelas
mídias. A voz do Evangelho também pode ser ignorada e reduzida ao
silêncio.
29.
Como fator de comunhão, a comunicação ajuda a Igreja a crescer
como comunidade, a aproximar-se das pessoas, a conhecer suas
necessidades e expectativas, no desejo de encontrar respostas a seus
anseios. Vivenciar e testemunhar a verdade última do amor
é
a melhor comunicação que a Igreja pode realizar.
30.
"Os comunicadores devem aprender a conhecer as necessidades
reais das pessoas e ser informados de suas lutas e conquistas; devem
saber apresentar todas as formas de comunicação com aquela
sensibilidade que a dignidade da pessoa exige” (João Paulo II).
Isso é a alteridade,
a
capacidade de se pôr no lugar do outro e, portanto, de estabelecer
profunda e íntima comunicação com o próximo.
31.
O ecumenismo e o diálogo com outras religiões merecem particular
atenção na
comunicação
eclesial. a
era
da comunicação e da informação cria oportunidades de encontro e
relação também entre as diversas experiências religiosas,
oferecendo ocasiões para o crescimento da unidade e dos vínculos de
amizade.
32.
"O
acordo inter-religioso baseia-se
na
vontade comum, por parte das grandes religiões da humanidade, de
enfrentar as questões fundamentais que dizem respeito ao destino do
homem. Um acordo sério e contínuo permitirá superar a inclinação
das pessoas a uma sensibilidade religiosa superficial, supersticiosa
e mágica" (Bento XVI). Especialmente em nosso tempo, marcado
por diversos conflitos religiosos, as religiões deverão dar, também
no âmbito midiático, a sua contribuição fundamental à construção
da paz na justiça e na solidariedade.
33.
Papa Francisco: A cultura do encontro é "a única capaz de
construir um mundo mais justo e fraterno, um mundo melhor". Ela
"requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a
receber de outros. Os meios de comunicação podem ajudar-nos
nisso,
especialmente em nossos dias, em que as redes da comunicação humana
atingiram progressos sem precedentes”.
PISTAS
DE AÇÃO
1.
Conhecer e estudar os meios e processos de comunicação mediante
cursos, encontros, leituras, para um crescimento pessoal, social e
eclesial.
2.
Desenvolver
a prática comunicativa
nas
comunidades, tanto nos meios quanto nos processos, com base na lógica
da responsabilidade e da veracidade.
3.
Colaborar para que as ações comunicativas
da
Igreja sejam marcadas pelo espírito participativo, colaborativo e
cooperativo.
4.
Defender o exercício do direito à informação e à participação
de cada pessoa, para que possa expressar livremente as próprias
ideias
na
vida eclesial, com atitudes construtivas.
5. Viver
a espiritualidade em todos os processos comunicativos,
mediante
a coerência do testemunho entre anúncio da Palavra e vida pessoal
do comunicador católico.
6.
Rever os métodos pastorais à luz da cultura participativa e
colaborativa que está nascendo com as redes sociais digitais.
7.
Promover espaços de escuta, para que os comunicadores cristãos
possam
conhecer e ajudar nas necessidades reais das
pessoas
e comunidades.
8.
Oportunizar encontros ecumênicos e de diálogo com outras religiões
em todos os campos da comunicação eclesial, para o crescimento da
unidade.
9.
Encorajar a apropriação dos diversos meios de comunicação nas
comunidades, para o anúncio da Boa-Nova.
10. Fazer
com que a internet se constitua uma ambiência
de
encontro, de relações e de diálogo a partir dos valores do
Evangelho.
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