terça-feira, 23 de junho de 2015

Papa Francisco pede “anticorpos” contra a cultura do descarte

Na visita a Turim, Papa visitou doentes e pediu que se desenvolvam anticorpos para combater a cultura do descarte.
Em sua visita a Turim neste domingo, 21/6, o Papa Francisco teve um encontro com os doentes e portadores de necessidades especiais da cidade. Na Igreja de Cottolengo, Francisco voltou a descartar a cultura do descarte, que faz vítimas como os idosos atendidos pela Pequena Casa da Providência, em Turim. Ele pediu que haja “anticorpos” para combater esse fenômeno.
Essa cultura é fruto, segundo o Papa, de uma crise antropológica que não coloca o homem no centro, mas o consumo e os interesses econômicos. O Papa ressaltou que a longevidade nem sempre é vista como um dom de Deus, mas muitas vezes como um peso difícil de sustentar, sobretudo quando a saúde é fortemente comprometida. E este comportamento faz mal à sociedade, afirmou.
“O nosso dever é desenvolver ‘anticorpos’ contra este modo de considerar os idosos, ou as pessoas com deficiências, como se fossem vidas não dignas de serem vividas. Que o exemplo de Cottolengo, que amou estas pessoas nos ensine a olhar com outros olhos para a vida e a pessoa humana”.
Francisco lembrou que os doentes são membros preciosos da Igreja, são a carne de Cristo Crucificado que a Igreja tem a honra de tocar e servir com amor.
São José Benedito Cotolengo nasceu em Brá, na província de Cuneo, no norte da Itália, no dia 3 de maio de 1786. Foi ordenado sacerdote na Diocese de Turim. Fundou a Congregação religiosa da Pequena Casa da Divina Providência e as Damas da Caridade ou Cotolenguinas, com a finalidade de servir os pequeninos, os deficientes e os doentes.
Os fundos deveriam vir apenas das doações e da ajuda das pessoas simples. Padre José Benedito Cotolengo tinha como lema “caridade e confiança”: fazer todo o bem possível e confiar sempre em Deus. Comprou uma hospedaria abandonada na periferia da cidade e a reabriu com o nome de “Pequena Casa da Divina Providência”.
Em atitude de humildade, o Papa Francisco pediu perdão à Igreja Evangélica Valdense em Turim, na Itália, por todos as atitudes não cristãs cometidas contra eles ao longo da história. O gesto do Sumo Pontífice aconteceu durante o encontro com pastores valdenses nesta segunda-feira, 22/6, no segundo e último dia de sua visita à cidade italiana.
“Por parte da Igreja Católica, eu lhes peço perdão pelas atitudes e pelos comportamentos não cristãos, até mesmo não humanos que, na história, tivemos contra vocês. Em nome do Senhor Jesus Cristo, perdoem-nos!”.
O pedido de perdão por parte do Papa se inseriu no contexto da unidade cristã enfatizada em seu discurso. A unidade não significa uniformidade, explicou o Santo Padre, ressaltando que os irmãos por não aceitarem a diversidade acabam fazendo guerra uns contra os outros. E como fruto desta intolerância, foram cometidos atos de violência em nome da própria fé.
Francisco destacou que, nos dias de hoje, as relações entre católicos e valdenses são sempre mais fundamentadas no respeito mútuo e na caridade fraterna. Entre os campos de colaboração comum, estão a evangelização e o serviço à humanidade que sofre.
“A escola dos pobres, dos últimos, daqueles que a sociedade exclui, nos aproxima do coração de Deus, que se fez pobre para nos enriquecer com a Sua pobreza e, consequentemente, nos aproxima mais uns dos outros.”
Recordando que a comunhão se faz caminhando, com a contínua conversão pessoal e comunitária, Sua Santidade agradeceu a todos pelo encontro, uma ocasião que, para ele, deve confirmar um novo modo de ser uns com os outros. “Olhando antes de tudo para a grandeza da nossa fé comum e da nossa vida em Cristo e Espírito Santo e, somente depois, para as divergências que ainda suscitam.”
Com a visita à Igreja Valdense, o Papa encerrou seus compromissos públicos em Turim. No fim da manhã, ele se encontrou com alguns de seus familiares, na sede do Arcebispado, para os quais presidiu a Santa Missa.

(Da Redação Canção Nova, com Rádio Vaticano)

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